DIA DE HAVAÍ NA BAHIA

Heloy Júnior, Banco de Santo Antônio, Salvador, Bahia, Swell, Ondas Grandes, Ressaca, 2021, Inverno. Foto: Xande Guedes
Heloy Júnior desce a ladeira no Banco de Santo Antônio. Foto: Xande Guedes

“Foi insano. Parecia o Hawaii”. Essas palavras de Lapo Coutinho, um dos big riders mais respeitados do Brasil, resumem bem a sessão histórica no último domingo (27), no Banco de Santo Antônio, pico situado em alto-mar na capital baiana.

Um swell de sudeste encostou na região e proporcionou ondas de até 5 metros de altura. O pico já foi desafiado por alguns surfistas cascudos de Salvador, mas todos sempre tiveram dificuldade devido à falta de estrutura para chegar ao local e ter o apoio necessário em alto-mar, onde as correntezas atuam com bastante intensidade.

Desta vez, com alguns barcos e jet-skis, a situação foi diferente. Estavam na água Lapo Coutinho, Armando Daltro, Heloy Júnior, Luciano Dubiba, Maurício Abubakir, Eloy Lorenzo, Gustavo Kombi, Jeférson Goes, Afrânio Júnior e Pedro Lomanto.

Lapinho, Daltro, Dubiba e Lorenzo se revezaram no tow-in, enquanto os demais se aventuraram na remada.

Heloy Júnior, Banco de Santo Antônio, Salvador, Bahia, Swell, Ondas Grandes, Ressaca, 2021, Inverno. Foto: Xande Guedes
Sempre destemido, Heloy usou uma prancha 10 pés para desafiar as bombas do Banco. Foto: Xande Guedes

Destaque com sua gunzeira de 10 pés, Heloy Júnior – que já desafiou picos como Jaws, no Havaí – disse que foi a realização de um sonho. “Sempre o mestre Maurício Abubakir nos mostrava a onda quebrando. Tentamos ir algumas vezes, mas o swell não encaixou, ou a correnteza não deixou”, conta Heloy.

O surfista foi muito elogiado por Gustavo Kombi, que já havia remado com sua prancha de Stand Up Paddle no pico. “Verdadeiro guerreiro! Nunca vi um ser tão conectado com o oceano como ele. Deve ter pego umas seis bombas de mais de 5 metros com sua prancha 10´”, citou.

Outro que já teve a oportunidade de viajar ao redor do mundo e enalteceu a força das ondas do Banco de Santo Antônio foi Armando Daltro, ex-integrante da elite mundial. “Não tinha noção que o Banco de Santo Antônio poderia sustentar e quebrar ondas assim”, revela Mandinho. “No início foi tenso, mas aos poucos fui me acostumando com o mar e entendendo melhor o posicionamento na bancada. Foi o meu primeiro teste no tow em um dia de ondas maiores, fiquei amarradão com o meu desempenho na pilotagem e resgate, além de ter feito a cabeça nas seis ondas que eu peguei. A onda é muito longa, em todas elas a minha perna queimou no fim”, conclui.

A sessão também teve seus perrengues. Pouco antes da chegada dos jet-skis, Gustavo Kombi remava com seu Stand Up Paddle e teve o leash partido, perdendo a prancha em alto-mar. Foi acompanhado de perto por Heloy Júnior e depois recebeu o suporte de Lapo Coutinho, que chegou com seu jet-ski e resgatou a prancha de SUP.

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