ITALO FERREIRA FALA SOBRE PRANCHA QUEBRADA NO JAPÃO

Italo Ferreira, Jogos de Tóquio 2021, Shidashita, Tsurigasaki Beach, Japão, Surf, Chiba, Olimpíadas, Ichinomiya. Foto: Jonne Roriz / COB
Italo Ferreira na junção cabulosa que fez sua prancha partir ao meio na final dos Jogos de Tóquio. Foto: Jonne Roriz / COB

Quando Italo Ferreira quebrou sua prancha logo na primeira onda na final do surf masculino nos Jogos de Tóquio, o drama tomou conta de milhares de brasileiros que assistiam à histórica batalha valendo a medalha de ouro na praia de Shidashita, Japão.

O mar turbulento, com ondas quebrando bem distantes da areia, e a presença solitária do japonês Kanoa Igarashi no outside, podendo colocar pressão em Italo a qualquer momento, fizeram o coração da torcida bater mais rápido. Mas, pacientemente, o surfista brasileiro chegou à areia e ainda gastou um tempo a mais escolhendo o equipamento e colocando a cordinha na prancha.

A prancha quebrada era menor e mais leve, uma 5´8 de epóxi. Era com ela que Italo vinha despachando seus adversários, desde a estreia, inclusive anotando a maior nota de toda a competição (9.73). Porém, o foguete partiu ao meio depois de Italo atacar uma junção nada amigável logo em sua primeira onda na final. Era muito difícil uma prancha suportar um impacto tão violento como aquele, numa onda bastante irregular e com curto espaço para projetar a manobra.

Italo Ferreira, Jogos de Tóquio 2021, Shidashita, Tsurigasaki Beach, Japão, Surf, Chiba, Olimpíadas, Ichinomiya. Foto: Jonne Roriz / COB
Italo com a prancha partida em Shidashita. Foto: Jonne Roriz / COB

O analista de vídeos Marcos Casteluber chegou com outro equipamento, uma 5’6 já com a cordinha instalada, mas Italo optou por outra prancha, trazida por Rudá Carvalho (técnico de Silvana Lima que deu muito apoio ao campeão durante todos os Jogos). A prancha que ajudou o potiguar a garantir o ouro foi uma 5´9, mais pesada, de poliéster.

“Eu estava muito confiante. Ainda bem que a prancha quebrou no início da bateria”, disse Italo em entrevista a Ana Maria Braga, no programa Mais Você, da Globo.

“Eu tive como resetar minha cabeça e vi que o meu adversário não estava se achando. Aí, voltei para o fundo e não veio nenhuma série. Eu entrei sem dificuldade alguma, ou seja, foi Deus que falou assim ´vai lá, entra tranquilo e pega as tuas ondas´”, continua o medalhista de ouro.

Um fato curioso é que Italo havia testado a prancha no último dia do surf nos Jogos de Tóquio, mas não havia se dado muito bem com ela no free surf. “Eu havia surfado com essa prancha pela manhã, ela estava mais ou menos e eu troquei a quilha antes de ir para a final, aí a prancha ficou bem melhor e eu consegui construir as notas e colocar pressão no meu adversário”, revela Italo.

“A galera fala sobre a prancha ter quebrado logo na primeira onda, mas eu acho que foi bom para mim. Imagina se o meu adversário tivesse feito duas notas, prancha prancha quebrasse no meio da bateria e eu voltasse à areia para trocar? Seria bem mais desafiador. Foi tudo escrito da melhor maneira possível”, finalizou o atleta.

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Italo Ferreira, Jogos de Tóquio 2021, Shidashita, Tsurigasaki Beach, Japão, Surf, Chiba, Olimpíadas, Ichinomiya. Foto: ISA / Pablo Jimenez
Italo com a prancha preta 5´9 que o ajudou a garantir o ouro olímpico. Foto: ISA / Pablo Jimenez

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