A PRIMEIRA ONDA EM THE BOX

Italo Ferreira, The Box, Swell, Circuito Mundial de Surf, World Surf League, WSL, Margaret River, Western Austrália. Foto: WSL / Dunbar
Italo Ferreira em um momento insano em The Box, Austrália. Foto: WSL / Dunbar

Até 2019, Italo Ferreira nunca havia surfado na perigosa bancada de The Box, uma laje de pedras situada à direita de Surfers Point, pico principal do Margaret River Pro. Quando a World Surf League anunciou que o round 3 seria disputado lá, nem deu tempo de treinar para enfrentar o australiano Soli Bailey. Era a quarta passagem do atleta pelo oeste australiano desde que ingressou na elite do surf mundial, em 2015 (ano de 2017, ele ficou fora devido a uma lesão no tornozelo).

Italo chegou ainda de madrugada ao estacionamento onde fica o palanque principal, mas sem saber onde seria a competição. “O swell estava muito de sul, e quando fica assim, as direitas somem do Main Break (Surfers Point), mas funcionam em The Box”, conta Jano Belo, que competiu nos eventos da WSL por muitos anos e atualmente mora em Western Australia.

“Chegamos lá na madrugada e estávamos esperando o dia clarear. Falei que o evento seria em The Box, mas ele (Italo) achava que seria nas esquerdas do Main Break. Quando o dia começou a clarear, já avistamos um barco e uma galera surfando lá em The Box”, continua Jano.

“No começo ele estava meio inseguro porque nunca havia surfado lá, e ficou numa grande dúvida se cairia com uma prancha 6´0 ou 6´1. Ele pediu minha opinião e sugeri que fosse com uma 6´1, porque olhando de lá de Surfers Point ele tinha uma impressão diferente, mas dava pra ver que tinha um tamanho”, lembra Jano.

O amigo paraibano falou ainda a Italo Ferreira sobre como funcionava a bancada. “Nem se preocupe. A onda virá e nem pense duas vezes. Lá em The Box tudo acontece em cinco segundos. Só vai com tudo que vai dar tudo certo. Ele foi, se atirou e pegou o maior tubão”, comenta Jano.

Quando Italo entrou em ação, Jano Belo estava no palanque principal, em frente a Surfers Point, e não tinha como assistir à bateria. “O John John (Florence) e o Jessé (Mendes) estavam voltando de lá do canal de jet-ski e chegaram eufóricos ao palanque falando ‘Caramba, o Italo já fez um 10´”, recorda Jano. Porém, para a surpresa de muitos, a nota dos juízes foi 8.17. “Os caras achavam que era um 10. Acho que não deram 10 porque foi a primeira onda do dia”, opina Jano Belo.

Na ocasião, Italo admitiu que estava muito nervoso. “Antes da bateria, eu vi cada tubão vindo, e um do John John que eu pensei ‘Isso é incrível!´. É uma onda difícil, sabe? Quando eu peguei a primeira, meu Deus! Foi o melhor tubo que eu já surfei aqui”, contou o atual campeão mundial para a WSL logo depois da bateria.

Reveja o tubo de Italo Ferreira em The Box

The Box pode pintar novamente

O prazo para início do Margaret River Pro começa neste sábado (1/5) e a previsão é de ondas pesadas no início da janela de espera. Logo no primeiro dia, os atletas podem se deparar com uma ondulação enorme de sudoeste que pode atingir os 5 metros, com vento terral, ganhando influência do quadrante sul no período da tarde e ficando mais favorável às direitas.

O swell perde força lentamente no dia seguinte, mas ainda proporcionando ondas pesadas na faixa dos 3 metros, ainda com direção sul-sudoeste.

No terceiro dia da janela, são esperadas ondas de quase 2 metros, com ventos variando de lateral a terral. No período da tarde, as ondas devem voltar a ficar apenas de sudoeste, o que favorece tanto as esquerdas quanto as direitas.

Um outro swell é esperado no quarto dia da janela, e as ondas novamente podem ultrapassar os 3 metros, mas influenciadas pelo vento maral.

Com o swell esperado no início da janela de espera é de sudoeste, tanto o Main Break como as direitas nervosas The Box podem receber as batalhas dos Tops da elite mundial.

The Box, Swell, Circuito Mundial de Surf, World Surf League, WSL, Margaret River, Western Austrália. Foto: WSL
Um swell insano está a caminho de Western Australia e existe boa chance de The Box entrar em cena. Foto: WSL

Round 1

1 Kanoa Igarashi (JAP), Seth Moniz (HAV) e Alex Ribeiro (BRA)
2 Filipe Toledo (BRA), Peterson Crisanto (BRA) e Connor O´Leary (AUS)
3 John John Florence (HAV), Michel Bourez (FRA) e Mikey Wright (AUS)
4 Jordy Smith (AFR), Jadson André (BRA) e Reef Heazlewood (AUS)
5 Italo Ferreira (BRA), Jack Robinson (AUS) e Jacob Wilcox (AUS))
6 Gabriel Medina (BRA), Adriano de Souza (BRA) e Cyrus Cox (AUS))
7 Conner Coffin (EUA), Wade Carmichael (AUS) e Matthew McGillivray (AFR)
8 Griffin Colapinto (EUA), Jack Freestone (AUS) e Leonardo Fioravanti (ITA)
9 Ryan Callinan (AUS), Morgan Cibilic (AUS) e Adrian Buchan (AUS)
10 Frederico Morais (POR), Julian Wilson (AUS) e Miguel Pupo (BRA)
11 Jeremy Flores (FRA), Owen Wright (AUS) e Deivid Silva (BRA)
12 Yago Dora (BRA), Caio Ibelli (BRA) e Ethan Ewing (AUS)

Round 1 feminino

1 Tatiana Weston-Webb (BRA), Keely Andrew (AUS) e Macy Callaghan (AUS)
2 Caroline Marks (EUA), Malia Manuel (HAV) e Amuro Tsuzuki (JAP)
3 Carissa Moore (HAV), Nikki Van Dijk (AUS) e Willow Hardy (AUS)
4 Stephanie Gilmore (AUS), Isabella Nichols (AUS) e Brisa Hennessy (AUS)
5 Sally Fitzgibbons (AUS), Tyler Wright (AUS) e Sage Erickson (EUA)
6 Courtney Conlogue (EUA), Johanne Defay (FRA) e Bronte Macaulay (AUS)