A BIOGRAFIA DE ITALO FERREIRA

Italo Ferreira, Billabong Pipe Masters 2019, Pipeline, Havaí, World Surf League, WSL, Campeão Mundial, Circuito Mundial de Surf, North Shore de Oahu, Hawaii. Foto: WSL
De origem humilde, Italo Ferreira batalhou muito até levantar a taça do Championship Tour em 2019. Foto: WSL

Nascido em Baía Formosa (RN), no dia 6 de maio de 1994, Italo Ferreira está no Championship Tour da World Surf League (WSL) desde 2015.

Sua paixão pelo surf começou aos 8 anos. De origem humilde, aprendeu a surfar com as pranchas dos primos, mas, muitas vezes – por não ter um equipamento próprio e não conseguir emprestado – usou as tampas das caixas de isopor do pai, Luiz, que vendia peixes em Baía Formosa.

Aos 10, ele ganhou dos vizinhos a sua primeira prancha, e logo venceu a sua primeira competição local. De lá para cá, foram muitas conquistas nacionais e internacionais.

Em 2019, sagrou-se campeão do maior circuito do surf mundial. Venceu a grande final da última etapa, em Pipeline, no Havaí, contra o bicampeão Gabriel Medina, tornando-se o terceiro brasileiro a conquistar o título.

Também foi o primeiro surfista a obter, numa mesma temporada, os títulos da World Surf League e International Surfing Association na categoria masculina.

Com a brilhante campanha em 2019, Italo garantiu vaga na histórica estreia do surf nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Japão, e escreveu seu nome na história olímpica como o primeiro atleta a levar o ouro.

Pro Junior

Em 2011, Italo passou a disputar eventos válidos pela Association of Surfing Professionals (ASP) – que em 2015 teve sua nomenclatura alterada para World Surf League (WSL).

Sua primeira final foi no Mormaii Pro Junior, em 2011, quando venceu o capixaba Rafael Teixeira na decisão na praia da Ferrugem, em Garopaba (SC).

No ano seguinte, Italo venceu o Quiksilver Pro Junior na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (RJ), superando o paulista Luan Carvalho na finalíssima, e foi vice-campeão da última etapa, em Imbituba (SC), vencida pelo paulista Geovane Ferreira.

Em seu último ano de Pro Junior (2014), disputou uma final contra o paulista Deivid Silva em Baía Formosa (RN) e acabou ficando em segundo lugar numa batalha eletrizante na praia do Pontal.

Italo conquistou ainda o vice-campeonato mundial da categoria, em Ericeira, Portugal, vencido pelo lusitano Vasco Ribeiro na praia de Ribeira d´Ilhas.

Italo Ferreira, Mormaii Pro Junior 2011, Praia da Ferrugem, Garopaba (SC). Foto: Basílio Ruy
Em 2011, em Garopaba (SC), Italo venceu a sua primeira competição válida pela extinta ASP (hoje WSL). Foto: Basílio Ruy

Qualifying Series

Sua estreia no Qualifying Series – a divisão de acesso do Circuito Mundial – foi em 2009, participando de apenas uma etapa na praia Mole, em Florianópolis (SC).

Em 2014, Italo Ferreira passou a disputar todas as principais etapas do QS e conseguiu a sonhada classificação para o Championship Tour, a divisão de elite do surf mundial. No mesmo ano, o potiguar conquistou o título brasileiro da categoria profissional por antecipação.

Neste ano, seu melhor resultado no Qualifying Series foi a terceira posição na praia de Maresias, São Sebastião (SP), onde carimbou a vaga no Tour. Também foram fundamentais para a sua classificação o quinto lugar em Açores e Cascais, Portugal, o terceiro lugar em Los Cabos, México, e a quinta posição na praia da Joaquina, em Florianópolis (SC).

Em 2017, ele fez sua a melhor campanha em uma etapa do Qualifying Series até hoje, ficando em segundo lugar na praia do Guincho, em Cascais, Portugal, na final vencida pelo havaiano Ezekiel Lau.

Italo Ferreira, O´Neill SP Maresias Prime 2014, São Sebastião. Foto: WSL / Daniel Smorigo
Em 2014, Italo Ferreira carimbou a vaga na elite mundial e conquistou também o título brasileiro profissional. Foto: WSL / Daniel Smorigo

Championship Tour

Desde que estreou no Championship Tour, em 2015, o foco do atleta passou a ser os eventos da elite mundial, passando a participar de poucos eventos do Qualifying Series.

Seus evento de estreia na elite foi na Gold Coast, Austrália. Ele chegou avançar algumas baterias e roubar a cena na praia de Snapper Rocks ao superar o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater. Em uma bateria muito apertada nas oitavas de final, perdeu para o australiano Taj Burrow por uma pequena diferença (15.73 a 15.50) e ficou em nono lugar na etapa.

No Postinho, Rio de Janeiro (RJ), Italo chegou à semifinal e ficou em terceiro lugar. Já em Portugal, ele fez a sua primeira final no Tour, perdendo para Filipe Toledo em uma bateria emocionante na praia de Supertubos, em Peniche. Na bateria, Filipe fez uma nota 10 e Italo chegou a responder com uma nota 9.93, mas o placar final foi de 17.83 a 17.13 para o compatriota.

Em 2016, Italo Ferreira fez uma boa perna australiana, disputando as semifinais em Bells Beach e Margaret River, mas não conseguiu repetir as ótimas performances nos eventos posteriores.

No ano seguinte, o atleta sofreu uma lesão no tornozelo na etapa de abertura, em Gold Coast, e ficou fora de três eventos. Italo retornou às competições em Fiji, surfando com uma proteção no tornozelo, e chegou a derrotar o campeão mundial Gabriel Medina na terceira fase, terminando em nono na etapa.

No fim ano, garantiu a permanência no Tour com um quinto lugar em Pipeline, Havaí.

As primeiras vitórias vieram em 2018. Depois de iniciar o ano com um 13º lugar na Gold Coast, Italo foi com tudo para Bells Beach e venceu a competição de forma brilhante, superando nomes como Filipe Toledo e Gabriel Medina no caminho à final contra o tricampeão mundial Mick Fanning, que estava se aposentando do Tour.

Italo voltou a subir ao topo do pódio em Bali, batendo o taitiano Michel Bourez na final, e ainda levou a taça em Supertubos, Portugal, onde disputou a decisão contra o francês Joan Duru.

Rip Curl Pro Bells Beach 2018, Austrália. Foto: WSL
A primeira vitória no Tour veio em 2018, em Bells Beach, Austrália. Foto: WSL

Os títulos mundiais

Depois de encontrar o caminho das vitórias, o atleta teve um ano iluminado em 2019. Italo Ferreira já começou a temporada vencendo a etapa em Gold Coast, Austrália, fez uma final contra Gabriel Medina em condições épicas em Jeffreys Bay, África do Sul, e entrou com tudo na briga pela taça depois de faturar, pelo segundo ano consecutivo, a etapa portuguesa em Peniche.

Com a lycra amarela, ele foi para Pipeline, no Havaí, com a faca nos dentes. Passou por baterias dramáticas, derrotou o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater na semifinal e coroou a sua incrível campanha derrotando Gabriel Medina em uma final histórica para o surf brasileiro.

Italo é também o único surfista masculino na história a faturar, no mesmo ano, os títulos mundiais da World Surf League (WSL) e International Surfing Association (ISA).

A medalha de ouro do ISA Games foi conquistada de forma heróica, depois de uma série de imprevistos, como um furto aos seus documentos e pertences na Califórnia (EUA), burocracias para a emissão de um novo visto para o Japão, atraso no voo por conta de um tufão e, por fim, a chegada na praia sem prancha, de bermuda jeans e com a bateria faltando apenas oito minutos para o término. Surfando com uma prancha emprestada por Filipe Toledo, e ainda de bermuda jeans, ele ainda conseguiu vencer a bateria e ganhou força para bater todos os seus adversários e levar o ouro.

Italo Ferreira, Billabong Pipe Masters 2019, Pipeline, Havaí. Foto: WSL
Italo nos braços da galera em Pipeline, Havaí, em 2019. Foto: WSL

O primeiro ouro olímpico da história do surf

Em 2021, Italo se tornou o primeiro surfista da história a faturar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. O potiguar de Baía Formosa também conquistou o primeiro ouro para o Brasil nos Jogos de Tóquio. Na final, Italo derrotou o californiano naturalizado japonês Kanoa Igarashi, que ficou com a prata. O brasileiro chegou a ter sua prancha quebrada logo na primeira onda, depois de atacar uma junção cabulosa, mas trocou o equipamento e voltou determinado para alcançar o sonho do ouro olímpico.

Italo dominou a bateria do início ao fim e não teve muito trabalho para derrotar o adversário, já que Kanoa não conseguiu entrar em sintonia com as ondas e repetir as boas performances das fases anteriores. Em suas duas melhores ondas, o brasileiro somou 7.77 e 7.37, descartando ainda notas 7.00, 5.50 e 4.90, também superiores às pontuações obtidas pelo japonês. Perdido no outside, Kanoa somou apenas 3.83 e 2.77.

Italo Ferreira, Jogos de Tóquio 2021, Shidashita, Tsurigasaki Beach, Japão, Surf, Chiba, Olimpíadas, Ichinomiya. Foto: ISA / Pablo Jimenez
Italo Ferreira é o primeiro medalhista de ouro olímpico da história do surf. Foto: ISA / Pablo Jimenez

Saiba mais sobre o campeão

Data de nascimento 6 de maio de 1994

Cidade Natal Baía Formosa (RN)

Altura 1,68m

Peso 68kg

Primeira participação em eventos da WSL 2009

Estreia como Top do Championship Tour da WSL 2015

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